"...DEIXO-VOS A PAZ.." JESUS CRISTO.
PAZ PARA VÁRZEA NOVA -
A TERRA DO SISAL - O OURO VERDE

quinta-feira, 17 de maio de 2012

TEÓRICOS SOCIAS (1)


TEORIAS SOCIOLÓGICAS - AUGUSTO COMTE - 1798-1857. Inventou o termo sociologia.
Para Comte, a Sociologia procura estudar e compreender a sociedade, para organizá-la e reformá-la depois. Os estudos da sociedade deveriam ser feitos com espírito científico e objetividade.
Comte vislumbrava um mundo cada vez mais influenciado pela ciência e pela consolidação da indústria.
Criou o Positivismo – doutrina que sugere a observação científica da realidade, cujo conhecimento viabilizaria o estabelecimento de leis universais para o progresso da sociedade e dos indivíduos.
POSITIVISMO- A fundamentação encontra-se na lei dos três estados1. Estado teológico (fetichista, politeísta e monoteísta).  O homem só consegue explicar a natureza mediante a crença na intervenção de seres sobrenaturais. O mundo se explica pelos deuses e pelos espíritos e para além desses seres sobrenaturais o homem não coloca qualquer problema.
2. Estado metafísico. se caracteriza pela concepção de forças para explicar os diferentes grupos de fenômenos, em substituição aos deuses da fase teológica: forças físicas, forças químicas, forças vitais, culminando na reunião de todas essas forças numa só chamada natureza que equivaleria ao deus único do estado teológico monoteísta final.
A metafísica procura, então explicar a natureza íntima das coisas, bem como a sua causa primeira e fim último.
3.Estado positivo caracterizar-se-á pela subordinação da imaginação e da argumentação à observação. Contenta-se em descrever fatos, não procurando muitas explicações. Baseia-se nas leis positivas da natureza que nos permite, quando um fenômeno é dado, prever o próximo fenômeno e eventualmente agindo sobre o primeiro transformar o segundo.
Conte acreditava na superioridade da ciência e no seu poder de explicação dos fenômenos de maneira desprendida da religiosidade. Como positivista ele acreditava que a ciência deveria ser utilizada para organizar a ordem social.
CustomValidatPlease insert at least one tagPOSITIVISMO NO BRASIL Foi durante o chamado Segundo Império, isto é, por volta de 1850 que as idéias positivistas chegaram ao Brasil, trazidas por brasileiros que foram completar seus estudos na França. Eles lutaram contra a política adotada pelo Imperador D. Pedro II onde o poder estava sempre em suas mãos; a escravidão foi combatida pelos positivistas, mas defendida pelos conservadores que viam no trabalho escravo um dos suportes da nossa economia essencialmente agrícola.
Em 1876, funda-se a Sociedade Positivista Brasileira, que mais tarde viria a se transformar na Igreja Positivista do Brasil.
Os Positivistas participaram da Proclamação da República liderados por Benjamin Constant (então Ministro da Guerra).
Devemos destacar nas suas atividades as seguintes medidas republicanas sob a influência do positivismo: A bandeira republicana com o seu dístico ORDEM E PROGRESSO; a separação da Igreja e do Estado; o decreto dos feriados; o casamento civil.
Por ocasião da formação da Assembléia Constituinte reunida um ano após a proclamação da República os positivistas alcançaram reformas, como sejam: liberdade religiosa e profissional; proibição do anonimato na imprensa; abolição de medidas anticlericais e mais tarde, com a reforma educacional de Benjamin Constant, alcançaram um elemento precioso para a divulgação e expansão das idéias positivistas.
ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) Definiu como o objeto da pesquisa sociologia, o fato social. Durkheim distingue os fatos sociais em três características:
1. COERÇÃO SOCIAL, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se com regras sociedade em que vivem independentemente de sua vontade de escolha (idioma, formação familiar e código de leis).  O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o individuo estará sujeito quando tenta se rebelar contra elas. Estas sanções podem ser legais ou espontâneas. Sanções legais são aquelas prescritas pela sociedade, sob a forma de leis. Sanções espontâneas seriam as que aflorariam como decorrência de uma conduta não adaptada a estrutura da sociedade ou do grupo ao qual o individuo pertence.  
2.   EXTERIORIDADE, isto quer dizer que eles existem e atuam sobre o indivíduo independente de sua vontade ou de sua adesão consciente. Ao nascermos já encontramos regras sociais,  costumes e leis que somos coagidos a aceitar por meio de mecanismos de coerção social, como a educação.
 3. GENERALIDADE  -  Os fatos sociais existem não para um indivíduo específico, mas para a coletividade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou pelo menos na maioria deles.  
Podemos classificar como fatos sociais as regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros, maneiras de agir, costumes, etc., enfim, todo um conjunto de “coisas”, exteriores ao indivíduo e aplicáveis a toda a sociedade, que são capazes de condicionar ou até determinar suas ações; sendo esta “coisa” dotada de existência própria, ou seja, independente de manifestações individuais
A sociologia, de acordo com Durkheim, tinha por finalidade não só explicar a sociedade como também encontrar soluções para a vida social. A sociedade, como todo organismo, apresentaria estados normais e patológicos, isto é, saudáveis e doentios. Um fato social é considerado normal quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação e evolução (crime)
Para esse pensador “Não existe moralidade fora do contexto social e a moralidade é a grande força coesiva da sociedade. A função básica da sociedade é justamente transmitir valores morais.”
Seguindo aos princípios do Positivismo de A. Comte, Durkheim considerava que a ciência poderia, por meio dos conhecimentos e pesquisas, encontrar soluções no sentido de por ordem na sociedade.
Durkheim parte dos valores morais como elementos capazes de atenuar os conflitos sociais, adotando uma posição conservadora em relação à crise social de seu tempo. Acreditava que os conflitos seriam resolvidos pela recuperação dos valores morais, por meio da formação de instituições públicas, tais como a educação e o direito, capazes de se impor aos membros da sociedade e estabelecer a ordem.
Os fatos sociais seriam trados do mesmo modo objetivo dado aos fenômenos físicos, segundo a abordagem metodológica racionalista e positivista:
A sociedade é regulada por leis naturais.
Os métodos de conhecer a sociedade são os mesmos das ciências da natureza.
O observador deve limitar-se à análise e observação dos fenômenos sociais, de forma neutra, objetiva, livre de julgamentos de valor e pré noções.
Os fatos sociais devem ser tratados como coisas, por meio do método de observação e experimentação

segunda-feira, 14 de maio de 2012

ANOTAÇÕES DA SOCIOLOGIA


SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA – dentro de um contexto histórico específico: desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista, onde alguns pensadores se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso.
O século XVIII constitui um marco importante com transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleravam na Europa. A dupla revolução ocorrida neste século: a industrial e a francesa leva a instalação definitiva da sociedade capitalista.
A revolução industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor e dos sucessivos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos. Ela representou o triunfo do capitalismo, concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas em suas mãos, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos.
Cada avanço capitalista introduzia novas formas de organizar a vida social.

MUDANÇAS – A) – Politicas- Econômicas: a) artesão independente foi submetido a uma severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho; b) maciça emigração do campo para a cidade que engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de pelo menos doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência; c) as cidades passavam por um vertiginoso crescimento demográfico, sem possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de saúde, capaz de acolher a população que se deslocava do campo;
Tudo isto teve um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas habituais de vida. A industrialização e urbanização foram tão visíveis quanto trágicas: aumento da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera. 
d) aparecimento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista. Ele passou a lutar por melhorias do sistema capitalista. As manifestações de revolta dos trabalhadores foram: destruição das máquinas, atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos, produziujornais, sua própria literatura, procedendo a uma crítica da sociedade capitalista e inclinando-se para o socialismo como alternativa de mudança.

B) PENSAMENTO. A sociologia constituí em certa medida uma resposta intelectual ás novas situações colocadas pela revolução industrial. O pensamento paulatinamente vai renunciando a uma visão sobrenatural para explicar os fatos e substituindo-a por uma indagação racional. A aplicação da observação e da experimentação, ou seja, do método científico para a explicação da natureza, conhecia uma fase grandes avanços.
Bacon (1561 – 1626) “a teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento”. O Teocentrismo medieval (Deus está no centro) e dava lugar ao Racionalismo (predomínio da razão).
O emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade – os chamados racionalistas -, procurou libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da “revelação”.
Os iluministas atacarem com veemência os fundamentos da sociedade feudal negando-a. Concebiam o indivíduo como dotado de razão, possuindo uma perfeição inata e destinado à liberdade e à igualdade social.
Essa ‘nova’ forma de pensar, fruto das novas maneiras de produzir e viver contribuía para das novasinterpretações.
Qual a importância desses acontecimentos para a sociologia? A profundidade das transformações em curso colocava a sociedade num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir em "problema", em "objeto" que deveria ser investigado.  Assim sociólogos passaram a buscar um estado de equilíbrio na nova sociedade, e para isso seria necessário, segundo eles, conhecer as leis que regem os fatos sociais, instituindo, portanto uma ciência da sociedade.

terça-feira, 8 de maio de 2012

‘Educação: reprovada


Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma pessoa observadora habitante deste planeta, deste país.  (...). Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.
Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”. Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação, reprovado”, pois isso pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Então, por que estudar, por que lutar, por que tentar?
De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidades têm problemas para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São, de certa forma, analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome, mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de alfabetizados é incrivelmente baixa.
Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números. Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.
Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e saudáveis – pois o estado não cumpre o seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança) a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.
Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a ignorância – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem. Mas políticos aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde, enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola, família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esforço. Mas, se não podemos reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada um?
Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde (para poder ir a escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.